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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

UMA VISITA MUITO ESPECIAL*


















O domingo de visita naquele hospital era considerado o dia mais bonito, como uma caixinha de surpresas; onde estava depositando momentos de medo, solidão e saudades!
Desde cedo que certas dores davam lugar a euforia.
Um lenço limpinho se estendia nos leitos, água fresca nos potinhos de plástico e bijuterias espalhadas pelos cantos. Nem parecia mais um hospital. Rostos sofridos pelo tempo já sorriam e muitos transitavam com dificuldade pelos corredores, observando atentamente o relógio da parede. Alguns haviam chegado há pouco tempo, mas outros faziam parte integrante dos armários, dos remédios e das janelas opacas que bloqueavam a luz da rua.
Ela era uma mulher miúda de olhos arregalados e jeito brejeiro que trazia todos os documentos dentro de um saquinho de pão. Usava uma trança fininha que escorria pelos ombros e ia até a cintura. Não falava quase nada e só sabia assinar o seu primeiro nome, mas mesmo assim contava as noites com um sinal feito por um grampo, na cabeceira da cama. Eram muitos sinais e deixavam seu semblante pálido, cada vez mais triste. Levantou-se cedo naquele domingo de visita e sentiu algo diferente, como se alguém especial fosse lhe ver. Ajeitou os chinelos com carinho e foi várias vezes até a porta do quarto com o coração apertado. Poderia ser o seu filho, a vizinha do lado ou um desconhecido qualquer.Deu muita risada com as enfermeiras e quis arrumar pessoalmente cada detalhe.Sem falar pra ninguém, banhou-se com uma loção de flores do campo.
Abriu a maleta de couro e procurou uma roupa de festa, que pudesse expressar toda a sua alegria.Só que as horas foram passando e já estava anoitecendo quando resolveu se deitar.
Fechou os olhos num soluço amargo.Nunca gostou do domingo de visitas.Ninguém aparecia para lhe visitar.
Ela cobriu a cabeça com o lençol e chorou baixinho.
-Por onde andará o meu filho tão querido? Quanto tempo!
De repente uma LUZ forte penetrou por tudo e fez com que sorrisse.
- Você demorou a chegar. – murmurou, feliz.- Agora, me leve com você!
Um anjo iluminado lhe estendeu as mãos e aquela mulher miúda se sentiu forte, porque sabia que não havia se enganado.
A sua visita tão esperada demorou um pouco, mas trouxe consigo a liberdade de ir embora dali para sempre!

Se você um dia tiver um tempo faça uma visita para alguém. Pode ser ao seu filho, à vizinha do lado ou simplesmente á um desconhecido.

SILMARA RETTI

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